Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Ethanol-Treibstoffproduktion aus Zuckerrohr zerstört Amazonien, verletzt Menschenrechte gravierend: Neues Dossier der bischöflichen Bodenpastoral(CPT) und Rede Social. Lula vor UNO: Kein Zuckerrohranbau in Amazonien. Wer sagt die Wahrheit?

Die staatlich geförderte Ethanolproduktion aus Zuckerrohr zerstört nach Darstellung der bischöflichen Bodenpastoral(CPT) massiv die Umwelt Brasiliens und verletzt Menschenrechte gravierend. In einem in Sao Paulo veröffentlichten CPT-Dossier heißt es, für noch mehr Zuckerrohr-Monokulturen in Amazonien seien die letzten Jahre zehntausende Hektar Urwald Amazoniens gerodet und Tausende von Sklavenarbeitern ausgebeutet worden.

Sicht von Wirtschaft und Regierung:

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/09/02/das-dieser-boom-auf-kosten-des-amazonas-regenwaldes-gehthalten-die-experten-fur-ausgeschlossen-das-handelsblatt-uber-eine-experten-diskussion-uber-zuckerrohr-ethanol-am-rande-der-deutsch-bra/

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/09/15/lula-regierung-plant-uber-50-atomkraftwerke/

Das CPT-Dossier wurde anläßlich der zweitägigen internationalen Konferenz über Biokraftstoffe und einer Gegenkonferenz von katholischer Kirche sowie Umwelt-und Menschenrechtsorganisationen in Sao Paulo der Öffentlichkeit vorgestellt. Laut Dossier habe Brasiliens Staatspräsident Luis Inacio Lula da Silva in diesem Jahr vor der UNO erklärt, daß in der brasilianischen Amazonasregion kein Zuckerrohr produziert werde. Das staatliche Versorgungsunternehmen CONAB habe indessen zwischen 2007 und 2008 in Amazonien eine Steigerung der Zuckerrohrerzeugung von 17,6 auf 19,3 Millionen Tonnen registriert. Die Zuckerrohr-Monokulturen verdrängten Nahrungsmittelproduktion und verhinderten, daß Brasilien bei Lebensmitteln unabhängig werde. Das Land verzeichne nach wie vor einen hohen Prozentsatz an Hungernden sowie an Armut, zähle gleichzeitig zu den Spitzenreitern der Boden-und Einkommenskonzentration auf dem Erdball. In dem Dokument werden zahlreiche internationale Studien zitiert, denen zufolge Biokraftstoffe aus Zuckerrohr mehr Umweltschäden verursachen als fossile Kraftstoffe und zudem dem Klimaschutz keineswegs dienen. Die Internationale Arbeitsorganisation(IAO) in Genf habe zudem in der Ethanolbranche schwere Verstöße gegen das Arbeitsrecht, darunter Sklavenarbeit konstatiert. Aus all diesen Gründen, so heißt es in dem CPT-Dossier weiter, habe seit 2007 in der Europäischen Union das Image brasilianischen Ethanoltreibstoffs spürbar gelitten. Laut brasilianischen Medienberichten hatte Staatschef Lula deshalb die internationale Konferenz über Biokraftstoffe nach Sao Paulo einberufen, um auf „schwere Angriffe europäischer Länder“ gegen die staatliche Förderung der Ethanolproduktion zu reagieren. Brasiliens Außenministerium erklärte zum Kongreßauftakt am Montag, es sei ein Mythos, daß die Zuckerrohrerzeugung negative Umweltauswirkungen habe und auf Kosten der Nahrungsmittelerzeugung gehe. Lula hatte nach Sao Paulo auch US-Präsident George Bush eingeladen, der indessen seinen Landwirtschafts-Staatssekretär entsandte. Insgesamt sind über vierzig ausländische Minister vertreten. Zu den wichtigsten Organisatoren der Gegenkonferenz zählt auch das katholische Hilfswerk Misereor aus Deutschland.

Das CPT-Dossier weist auch auf die Beteiligung ausländischer Multis an der Amazonas-Politik der Lula-Regierung:“Esta politica integra um complexo economico agricola, industrial, financeiro e comercial, monopolizado por empresas como Cargill, ADM, Monsanto, Bunge, Dreyfus, Syngenta, BASF, Coca Cola, Bayer, Vale do Rio Doce, Votorantim, Alcoa, Odebrecht, entre outros. No setor dos agrocombustiveis verifica se ainda a integracao das industrias automobilistica, petroleira e do capital financeiro internacional.“

http://www.cptnacional.org.br/?system=news&action=read&id=2885&eid=8

Luiz Bassegio, Leiter der nationalen Wanderarbeiter-Seelsorge, äußerte sich im Website-Exklusivinterview zum Lob von neoliberalen Wirtschaftsexperten, denen zufolge brasilianischer Zucker und Ethanol wegen der niedrigen Produktionskosten auf dem Weltmarkt besonders konkurrenzfähig sei: „Brasiliens Zucker und Ethanol sind nur deshalb so billig, weil man hier so niedrige Löhne zahlt und die Leute so ausbeutet. Es gibt ja nicht einmal Gewerkschaften, die sich für die Plantagenarbeiter einsetzen.“

 In-und ausländische Spekulanten sind an der Beibehaltung der brasilianischen Produktionsbedingungen interessiert, weil sich nur so hohe Profite erzielen lassen. Deutsche und österreichische Landwirte haben indessen wiederholt vergeblich auf das brasilianische Sozialdumping hingewiesen und faire Spielregeln gefordert. „Durch diese gewissenlose Form der Produktion ist es der Landwirtschafts-Industrie Brasiliens möglich, die Preise am Weltmarkt zu unterbieten“, hieß es dazu in einer Bauernzeitschrift. „Weder europäische Bauern noch solche aus den Entwicklungsländern können mithalten.“

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/05/13/leben-einer-sklavin-120-jahre-nach-der-abschaffung-der-sklaverei-in-brasilien-o-globo-berichtet-uber-kinder-als-sklavenarbeiter-unter-der-lula-regierung/

Sozialdumping: http://www.socialinfo.ch/cgi-bin/dicopossode/show.cfm?id=572

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/11/11/leben-wie-ein-brasilianer-der-bolsa-familiakriegt-die-ganze-familie-mit-27-euro-monatlich-uber-wasser-halten/

Comissáo Pastoral da Terra “ Secretaria NacionalAssessoria de Comunicaçáo



SUGESTÃO DE PAUTA 

CPT e Rede Social lançam relatório sobre os impactos da produçáo de cana

 A Comissáo Pastoral da Terra (CPT) e a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos lançam, no dia 18 de novembro próximo, a partir das 9h00, no auditório da APEOESP (ver endereço no final), um relatório minucioso sobre a expansáo do monocultivo de cana na Amazônia e no Cerrado. O documento (acessar nos sites indicados no final), contendo 80 páginas de dados, fotos e entrevistas, faz uma análise dos impactos sociais e ambientais dessa expansáo e traz um relato detalhado do avanço deste monocultivo em 11 estados: Acre, Amazonas, Goiás, Maranháo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A publicaçáo será debatida e fará parte das análises da mesa temática que discutirá as alternativas em curso pelo mundo na construçáo da soberania alimentar e energética, durante o Seminário Internacional ”Agrocombustíveis como obstáculo à construçáo da soberania alimentar e energética. O evento, realizado pela Via Campesina e entidades parceiras, será realizado entre os dias 17 e 19 de novembro em Sáo Paulo, e será um contraponto à Conferência Internacional „Biocombustíveis como vetor do Desenvolvimento Sustentável“, convocada pelo governo brasileiro para promover o etanol nacional e tornar aceitável sua suposta „sustentabilidade“ para o mercado global. O documento cita dados sobre o avanço das plantações de cana e de novas usinas de etanol instaladas na regiáo, além de projetos de infra-estrutura, incentivos fiscais concedidos por governos estaduais, E parcerias de órgáos do governo com empresas brasileiras e estrangeiras. Estes dados sáo complementados por uma pesquisa de campo sobre os impactos para a populaçáo local e para os trabalhadores. O estudo traz informações sobre violações de diretos trabalhistas, casos de trabalho escravo, morte de trabalhadores e impacto na saúde dos canavieiros e da populaçáo. Â

Em relaçáo aos impactos ambientais, o relatório faz uma sistematizaçáo de estudos recentes sobre os efeitos poluidores dos monocultivos, sobre a destruiçáo da biodiversidade, dos solos e das fontes de água. Diversos estudos demonstram que a expansáo de monocultivos representa um risco maior para o aquecimento global do que as emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis. A pressáo cada vez maior sobre a fronteira agrícola da Amazônia e do Cerrado tende a aprofundar este problema.

Dados da expansáo por estadoA monocultura da cana já é realidade em boa parte do território nacional. No Acre, a usina Álcool Verde, da empresa pernambucana Farias, plantou mais de 2 mil hectares de cana ao longo da BR-317 e tem planos de chegar a mais de 30 mil hectares na regiáo, com capacidade de produzir 3 milhões de toneladas de cana por safra. A Álcool Verde prevê uma produçáo de 36 milhões de litros de etanol na primeira safra e pretende aumentar sua produçáo de cana em cinco vezes até 2015. A Embrapa prevê que no município de Capixaba as plantações de cana aumentaráo em dez vezes até 2012. O estado é visto como estratégico, pois serviria de ponte de exportaçáo de etanol para o Oceano Pacífico, através da rodovia Transoceânica, que conecta Brasil e Peru. No Amazonas, A CONAB estima que a produçáo de cana teve um aumento de 10,90% entre 2007 e 2008. Há ainda um projeto de produçáo de etanol da empresa Jayoro, que inclui o cultivo de 60 mil hectares de cana em regiões de floresta nativa. Em Goiás, as plantações de cana ocupam 339,2 mil hectares. Entre 2005 e 2006, a área plantada de cana no estado teve um aumento de 47,06%. De acordo com o Sindicato da Indústria de Fabricaçáo de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg), na safra de 2008/2009 há 27 usinas em operaçáo, com previsáo de chegar a 55 usinas até 2012. Ao todo, há 97 projetos de novas usinas, com incentivos fiscais aprovados pelo governo estadual. O aumento na produçáo de etanol nesta safra será de 78%, chegando a 2,12 bilhões de litros. Além da destruiçáo de mata nativa, o cerrado principalmente, a indústria da cana substitui áreas de produçáo de alimentos e criaçáo de gado, o que, consequentemente, pressiona a fronteira agrícola para a Amazônia. No Maranháo, de acordo com dados do IBGE, entre 2005 e 2006, o cultivo de cana aumentou 20,93%. Em setembro de 2006, o governo do Estado criou o Programa Maranhense de Produçáo de Biocombustíveis, que previa a construçáo de 45 novas usinas, com estimativas de produzir entre 4 bilhões e 7 bilhões de litros de etanol. O governo cita ainda como vantagens as instalações do Porto de Itaqui, a Ferrovia dos Carajás e a Companhia Ferroviária do Nordeste. A primeira parte do projeto prevê a construçáo de 20 usinas em um prazo de cinco anos, o que representaria a expansáo de 15% na produçáo nacional de etanol. Segundo o governador do Maranháo, o Estado poderia utilizar 500 mil hectares para plantaçáo de cana. Em Mato Grosso existem atualmente 11 usinas em funcionamento. As plantações de cana ocupam regiões do Pantanal, do Cerrado e da Amazônia, em uma área de 214.511 hectares. Na última safra, as usinas moeram em torno de 16.750.000 toneladas de cana. A Secretaria de Planejamento espera triplicar os atuais 800 milhões de litros de etanol. Segundo o Sindalcool-MT, há previsáo de expandir as plantações de cana em cerca de dois milhões de hectares nas proximidades do município de Alto Taquari. Uma nova usina irá cultivar 35 mil hectares na regiáo a partir de 2009, com capacidade para moer três milhões de toneladas de cana. Já no Mato Grosso do Sul, a CONAB estimou um aumento de 51 mil hectares nas plantações de cana na safra de 2007/2008, o que significou 32% a mais do que a safra anterior, que já ocupava 160 mil hectares. Há nove usinas instaladas e cerca de 50 novos projetos, com solicitações de incentivos fiscais, que poderiam ocupar 800 mil hectares nos próximos anos, de acordo com previsões da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário. Em agosto de 2008, o governador Antré Pucicnelli, afirmou que o „Mato Grosso do Sul será o maior produtor de álcool do mundo, em sete anos. Dados da CONAB indicam que a safra da cana em Minas Gerais em 2008 será de 60,2 milhões de toneladas. Essa quantidade é 47% maior do que a safra anterior. Com este aumento, o estado passou a ser o segundo produtor de cana-de-açúcar do país, com uma área plantada de 467 mil hectares. A produçáo de etanol em Minas Gerais deve chegar a 2,2 bilhões de litros este ano. Segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool, existem 36 usinas em funcionamento no estado. Até 2012, a previsáo é chegar a 52 usinas, com produçáo de 5,5 bilhões de litros de etanol. O Secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município de Luz, Dario Paulineli, descreve outros impactos na regiáo. ”A cana se expandiu rapidamente nos últimos anos. As empresas fazem contratos de arrendamento com agricultores e o impacto ambiental é enorme. Aplicam veneno de aviáo e atinge a populaçáo das cidades. Desmatam madeira de lei, plantam cana nas nascentes dos rios, náo respeitam os estudos de impacto ambiental. Muitos animais estáo morrendo com a devastaçáo das matas.  O estado do Pará, de acordo com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade Sáo Paulo (USP), poderia dispor de  9 milhões de hectares para produçáo de cana, o que significaria um aumento de 136% na produçáo de etanol no Brasil. A CONAB estima que o Pará deve colher cerca de 736 mil toneladas de cana na safra de 2007/2008. A maior parte da produçáo (648,3 mil toneladas) é voltada para o etanol e somente 36,8 mil toneladas para a produçáo de açúcar. A usina Pagrisa, flagrada utilizando máo-de-obra escrava e responsável pela maior libertaçáo de trabalhadores já feita até hoje pelo Grupo Móvel do MTE (1.064 pessoas), localizada no município de Ulianópolis, tem a maior plantaçáo do estado, com 11,6 mil hectares, e produz 50 milhões de litros de álcool por ano. Segundo nota do Ministério das Relações Exteriores, ”Náo é à toa que a era dos biocombustíveis chegou com força total na Amazônia Legal. Náo temos dúvidas de que o Pará provavelmente terá a plataforma de exportaçáo do etanol mais competitiva do Brasil, que propiciará os maiores lucros para os investidores. Em Rondônia há dois projetos de destilarias de etanol, nos municípios de Cerejeiras e Santa Luzia d’Oeste. Há outra usina no município de Sáo Felipe, a 530 km de Porto Velho. Segundo Cléber Calixto, prefeito de Cerejeiras, ”a cidade tem terras extremamente férteis e terá uma fábrica de etanol a partir de abril de 2009.  Em Roraima há dois projetos de usinas em andamento, com previsáo de cultivar cana em uma área de 90 quilômetros quadrados até 2009, com uma primeira safra de 3 milhões de toneladas. O governo de Roraima incentiva o setor e oferece isençáo do Imposto sobre Circulaçáo de Mercadorias (ICMS) até 2018. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio indica que o leste de Roraima seria uma das principais áreas de expansáo do plantio de cana. Políticos locais fazem pressáo para que o governo federal transfira terras públicas para controle dos estados. A Biocapital iniciou uma plantaçáo de mudas e espera produzir 6 milhões de toneladas de cana até 2014, que serviriam de base para processar 530 mil litros de etanol.A empresa pernambucana Camaçari Agroindustrial, cultivou 200 hectares de mudas na fazenda Sáo Sebastiáo e pretende expandir a produçáo de mudas em 1000 hectares até agosto de 2009. A empresa obteve isençáo de 100% do ICMS e sua previsáo é produzir 3 milhões de toneladas de cana até 2009. Enquanto isso, no Tocantins, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro), afirma que há 16 usinas interessadas em se instalar no estado. De acordo com o governo do Tocantins, o estado poderá utilizar 650 mil hectares para o cultivo de cana. A previsáo é produzir 2 milhões de toneladas de cana até 2014. O Grupo Cucaú adquiriu uma área de 1.300 hectares e iniciou a produçáo em 2006, com uma safra de 250 mil toneladas, com previsáo de expandir para 500 mil toneladas. A empresa Maity Bionergia prevê a construçáo de três destilarias de etanol, cada uma com capacidade para processar 2,4 milhões de toneladas de cana. Segundo a CONAB, houve um aumento de quase 16% na produçáo de cana no Tocantins, entre 2007 e 2008.  Informações:  Comissáo Pastoral da Terra(81) 9254-2212 / 3231-4445 (Renata Albuquerque)(62) 4008-6406 (Cristiane Passos ou Marília Almeida) Rede Social de Justiça e Direitos Humanos(21) 7699-3665 / (11) 8468-0910 (Evanize Sydow)Â

Serviço:

 Lançamento do relatório ”Os impactos da produçáo de cana no Cerrado e na Amazônia, durante o Seminário Internacional ”Agrocombustíveis como obstáculo à construçáo da soberania alimentar e energética.Data e horário: 18/11/2008, a partir das 9h00.

Local: auditório da APEOESP (Endereço: Praça da República, 282, Sáo Paulo “ SP)

 Para ler o relatório: www.cptnacional.org.br ou www.cptpe.org.br

Dieser Beitrag wurde am Montag, 17. November 2008 um 15:07 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Naturschutz, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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