Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

„Brasilia – Sinfonia da Alvorada“ – komponiert, getextet von den Bossa-Nova-Miterfindern Tom Jobim und Vinicius de Morais, engen Freunden Oscar Niemeyers. „Brasilia – permanente Botschaft der Anmut und Poesie“. Kein Hinweis im Lob-und Hudel-Text auf entsetzliche Vorkommnisse beim Bau Brasilias, darunter dem Massaker an Arbeitern, den zahllosen Arbeitsunfällen, dem fast außer Kraft gesetzten Arbeitsschutz. Wie Niemeyer mit der Militärdiktatur zusammenarbeitete…Helmut Schmidt und Oscar Niemeyer.

Brasília, Sinfonia Da AlvoradaVinicius de MoraesComposiçáo: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

No príncipio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.

http://www.hart-brasilientexte.de/2009/11/11/brasilia-50-und-das-massaker-an-bauarbeitern/

Kreuz und Gedenkstein am Ort des Massakers an Bauarbeitern: http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/16/kreuz-und-gedenkstein-am-ort-des-massakers-an-bauarbeitern-brasilias-oscar-niemeyer-der-die-errichtung-brasilias-leitete-sagt-im-dokumentarfilm-von-dem-blutbad-nie-etwas-gehort-zu-haben/

„Brasilia – ein teurer Fehler“: http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/21/brasilia-50-eine-postkartenansicht-umzingelt-von-misere-brasiliens-qualitatszeitung-o-estado-de-sao-paulo/

http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/14/oscar-niemeyers-pfuschbauten-in-brasilia-viele-gebaude-und-monumente-in-schlechtem-zustand-oder-sogar-abgesperrt-laut-landesmedien-offenbar-sorge-um-aberkennung-des-unesco-weltkulturerbe-titels/

Wie Niemeyer mit der Folter-Diktatur zusammenarbeitete: http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/13/wie-oscar-niemeyer-mit-der-brasilianischen-militardiktatur-zusammenarbeitete-die-liste-aller-projekte-in-den-jahren-des-folterregimes-von-1964-bis-1985/

Willy Brandt und sein Diktatur-Amtskollege José Magalhaes Pinto:  http://www.hart-brasilientexte.de/2013/11/19/brasiliens-folter-diktatur1964-1985-mit-wem-bundesausenminister-willy-brandt-damals-bilaterale-vertrage-unterzeichnet-das-massaker-an-stahlarbeitern-unter-gouverneur-jose-magalhaes-pinto/

vladimircarvalhobuch.jpg

Buch zum Dokumentarfilm über das Massaker an Bauarbeitern Brasilias.

niemeyersarneyquercia13.jpg

Ausriß, Oscar Niemeyer neben José Sarney, Chef der Diktaturpartei ARENA während des Militärregimes, danach Staatschef Brasiliens – bei der Besichtigung des Memorials für Lateinamerika, 1988.

LulaHelmutSchmidtHH

Ausriß. Lula bei Schmidt in Hamburg.

“Ich glaube, ihr seid auf einem fabelhaft gutem Wege.” Schmidt zu Lula 2009…

Schmidt:”Ich kenne Oscar Niemeyer – und ich habe einen großen Respekt vor ihm…Ich war einer, der dafür gesorgt hat, daß er den japanischen kaiserlichen Kunstpreis für Architektur bekommen hat. So habe ich Oscar Niemeyer in Tokio kennengelernt.”(Extrem stark beschnittenes Gespräch Schmidt-Lula auf youtube)

“Ist Brasilia unmenschlich?” DIE ZEIT 1967, Helmut Schmidt/SPD ist noch nicht Mitherausgeber, steuert noch nicht die Inhalte:http://www.zeit.de/1967/50/ist-brasilia-unmenschlich/komplettansicht?print=true

Oscar Niemeyer und das Massaker an Bauarbeitern während der Errichtung von Brasilia:

http://www.hart-brasilientexte.de/2009/11/11/brasilia-50-und-das-massaker-an-bauarbeitern/

Henry Kissinger spricht auf Trauerfeier für Helmut Schmidt in Hamburg:http://www.hart-brasilientexte.de/2015/11/17/henry-kissinger-haelt-rede-auf-staatsakt-fuer-helmut-schmidtspd-am-23-11-2015-in-hamburg-kissinger-und-schmidt-viele-gemeinsame-wertvorstellungen/

DIE ZEIT und der Tod des Mitherausgebers Helmut Schmidt/SPD 2015 – was alles in den Nachrufen fehlt:http://www.hart-brasilientexte.de/2015/11/12/die-zeit-und-der-tod-des-mitherausgebers-helmut-schmidtspd-2015-was-alles-in-den-zeit-nachrufen-fehlt/

Kuriose Mythenbildung um Schmidt und Lula:

http://www.hart-brasilientexte.de/2015/11/11/helmut-schmidt-2015-gestorben-mainstream-verbreitet-falschmeldungen-kuriose-mythen-schmidt-hatte-angeblich-den-damaligen-gewerkschaftsfuehrer-lula-begehrt-bei-unternehmern-als-verhandlungs-und-g/

Vinicius de Morais über die Entstehung der Sinfonie: http://www.jobim.com.br/dischist/sinfalv/alvorada_vintext.html

YouTube-Sinfonieteil – anklicken, Fotos: http://www.youtube.com/watch?v=y48Kfi6us7w

Vinicius de Morais, zeitweise sogar Fan Adolf Hitlers und der Wehrmacht, laut Zeitzeugen: http://www.hart-brasilientexte.de/2008/07/24/50-jahre-bossa-nova-und-hitler-mussolini-die-ultrarechte-wo-standen-die-bossa-nova-stars-politisch/
Náo havia ninguém. A solidáo
Mais parecia um povo inexistente
Dizendo coisas sobre nada.
Sim, os campos sem alma
Pareciam falar, e a voz que vinha
Das grandes extensões, dos fundões crepusculares
Nem parecia mais ouvir os passos
Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros
Que, em busca de ouro e diamantes,
Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas,
A tristeza de seus gritos e o tropel
De sua violência contra o índio, estendiam
As fronteiras da pátria muito além do limite dos tratados.
“ Fernáo Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vós fostes os heróis das primeiras marchas para o oeste,
Da conquista do agreste
E da grande planície ensimesmada!
Mas passastes. E da confluência
Das três grandes bacias
Dos três gigantes milenares:
Amazonas, Sáo Francisco, Rio da Prata ;
Do novo teto do mundo, do planalto iluminado
Partiram também as velhas tribos malferidas
E as feras aterradas.
E só ficaram as solidões sem mágoa
O sem-termo, o infinito descampado
Onde, nos campos gerais do fim do dia
Se ouvia o grito da perdiz
A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios
O pio melancólico do jaó.
E vinha a noite. Nas campinas celestes
Rebrilhavam mais próximas as estrelas
E o Cruzeiro do Sul resplandecente
Parecia destinado
A ser plantado em terra brasileira:
A Grande Cruz alçada
Sobre a noturna mata do cerrado
Para abençoar o novo bandeirante
O desbravador ousado
O ser de conquista
O Homem!II / O HOMEMSim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas máos
Já náo traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinaçáo dos bandeirantes,
Mas já náo eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente.
Depois mirou as estrelas, a luzirem
Na imensa abóbada suspensa
Pelas invisíveis colunas da treva.
Sim, era o Homem…
Vinha de longe, através de muitas solidões,
Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria
Dos caminhos, da dolência dos desertos,
Do cansaço das matas enredadas
A se entredevorarem na luta subterrânea
De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono
De seus ramos. Mas agora
Viera para ficar. Seus pés plantaram-se
Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar
Descortinou as grandes extensões sem mágoa
No círculo infinito do horizonte. Seu peito
Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura…Citaçáo de Oscar Niemeyer“ „… como uma flor naquela terra agreste e solitária¦“
– Uma cidade erguida em plena solidáo do descampado.
Niemeyer
“ “ … como uma mensagem permanente de graça e poesia…“
– Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado
Niemeyer
“ “ … em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridáo do planalto…“
“ Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente
Niemeyer
“ „¦numa atmosfera de digna monumentalidade…“
“ E à noite, nas horas do langor e da saudade
Niemeyer
“ “ … numa luminaçáo feérica e dramática…“
“ Dormisse num Palácio de Alvorada!
Niemeyer
“ “ … uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras…“
“ E que fosse como a imagem do Cruzeiro
No coraçáo da pátria derramada.Citaçáo de Lucio Costa“ „¦nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.“III / A CHEGADA DOS CANDANGOSTratava-se agora de construir: e construir um ritmo novo.Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Naçáo, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo.
E, à grande convocaçáo que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e máos de pedra, e que, no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, começaram a chegar de todos os lados da imensa pátria, sobretudo do Norte; forarn chegando do Grande Norte, do Meio Norte e do Nordeste, em sua simples e áspera doçura; foram chegando em grandes levas do Grande Leste, da Zona da Mata, do Centro-Oeste e do Grande Sul; foram chegando em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria…Dois locutores alternados“ Boa Viagem! Boca do Acre! Água Branca! Vargem Alta! Amargosa! Xique-Xique! Cruz das Almas! Areia Branca! Limoeiro! Afogados! Morenos! Angelim! Tamboril! Palmares! Taperoá! Triunfo! Aurora! Campanário! Águas Belas! Passagem Franca! Bom Conselho! Brumado! Pedra Azul! Diamantina! Capelinha! Capáo Bonito! Campinas! Canoinhas! Porto Belo! Passo Fundo!
Locutor no 1
“ Cruz Alta…
Locutor no 2
“ Que foram chegando de todos os lados da imensa pátria…
Locutor no 1
“ Para construir uma cidade branca e pura…
Locutor n 2
“ Uma cidade de homens felizes…IV / O TRABALHO E A CONSTRUÇÃO“ Foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invençáo. Foi necessário 1 milháo de metros cúbicos de concreto, e foram necessárias 100 mil toneladas de ferro redondo, e foram necessários milhares e milhares de sacos de cimento, e 500 mil metros cúbicos de areia, e 2 mil quilômetros de fios.
“ E 1 milháo de metros cúbicos de brita foi necessário, e quatrocentos quilômetros de laminados, e toneladas e toneladas de madeira foram necessárias. E 60 mil operários! Foram necessários 60 mil trabalhadores vindos de todos os cantos da imensa pátria, sobretudo do Norte! 60 mil candangos foram necessários para desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, soldar, empurrar, cimentar, aplainar, polir, erguer as brancas empenas…
“ Ah, as empenas brancas! –
“ Como penas brancas…
“ Ah, as grandes estruturas!
“ Táo leves, táo puras…
Como se tivessem sido depositadas de manso por máos de anjo na terra vermelho-pungente do planalto, em meio à música inflexível, à música lancinante, à música matemática do trabalho humano em progressáo …
O trabalho humano que anuncia que a sorte está lançada e a açáo é irreversível.CantocháoE ao crespúsculo, findo o labor do dia, as rudes máos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes que náo têm fim, partem os trabalhadores para o descanso, na saudade de seus lares táo distantes e de suas mulheres táo ausentes. O canto com que entristecem ainda mais o sol-das-almas a morrer nas antigas solidões parece chamar as companheiras que se deixaram ficar para trás, à espera de melhores dias; que se deixaram ficar na moldura de uma porta, onde devem permanecer ainda, as máos cheias de amor e os olhos cheios de horizontes que náo têm fim. Que se deixaram ficar muitas terras além, muitas serras além, na esperança de um dia, ao lado de seus homens, poderem participar também da vida da cidade nascendo em comunháo com as estrelas. Que viram, uma manhá, partir os companheiros em busca do trabalho com que lhes dar uma pequena felicidade que náo possuem, um pequeno nada com que poder sentir brilhar o futuro no olhar de seus filhos. Esse mesmo trabalho que agora, findo o labor do dia, encaminha os trabalhadores em bando para a grande e fundamental solidáo da noite que cai sobre o planalto¦“ Deste planalto central, desta solidáo que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhá do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantávele uma confiança sem limites no seu grande destino.“
(Brasília, 2 de outubro de 1956)
Presidente Juscelino Kubitschek de OliveiraV / CORALI II III
Coro Coro Coro
Masculino Masculino Misto

Brasília, Sinfonia Da Alvorada

Vinicius de MoraesComposiçáo: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim No príncipio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.
Náo havia ninguém. A solidáo
Mais parecia um povo inexistente
Dizendo coisas sobre nada.
Sim, os campos sem alma
Pareciam falar, e a voz que vinha
Das grandes extensões, dos fundões crepusculares
Nem parecia mais ouvir os passos
Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros
Que, em busca de ouro e diamantes,
Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas,
A tristeza de seus gritos e o tropel
De sua violência contra o índio, estendiam
As fronteiras da pátria muito além do limite dos tratados.
“ Fernáo Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vós fostes os heróis das primeiras marchas para o oeste,
Da conquista do agreste
E da grande planície ensimesmada!
Mas passastes. E da confluência
Das três grandes bacias
Dos três gigantes milenares:
Amazonas, Sáo Francisco, Rio da Prata ;
Do novo teto do mundo, do planalto iluminado
Partiram também as velhas tribos malferidas
E as feras aterradas.
E só ficaram as solidões sem mágoa
O sem-termo, o infinito descampado
Onde, nos campos gerais do fim do dia
Se ouvia o grito da perdiz
A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios
O pio melancólico do jaó.
E vinha a noite. Nas campinas celestes
Rebrilhavam mais próximas as estrelas
E o Cruzeiro do Sul resplandecente
Parecia destinado
A ser plantado em terra brasileira:
A Grande Cruz alçada
Sobre a noturna mata do cerrado
Para abençoar o novo bandeirante
O desbravador ousado
O ser de conquista
O Homem!II / O HOMEMSim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas máos
Já náo traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinaçáo dos bandeirantes,
Mas já náo eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente.
Depois mirou as estrelas, a luzirem
Na imensa abóbada suspensa
Pelas invisíveis colunas da treva.
Sim, era o Homem…
Vinha de longe, através de muitas solidões,
Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria
Dos caminhos, da dolência dos desertos,
Do cansaço das matas enredadas
A se entredevorarem na luta subterrânea
De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono
De seus ramos. Mas agora
Viera para ficar. Seus pés plantaram-se
Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar
Descortinou as grandes extensões sem mágoa
No círculo infinito do horizonte. Seu peito
Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura…Citaçáo de Oscar Niemeyer“ „… como uma flor naquela terra agreste e solitária¦“
– Uma cidade erguida em plena solidáo do descampado.
Niemeyer
“ “ … como uma mensagem permanente de graça e poesia…“
– Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado
Niemeyer
“ “ … em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridáo do planalto…“
“ Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente
Niemeyer
“ „¦numa atmosfera de digna monumentalidade…“
“ E à noite, nas horas do langor e da saudade
Niemeyer
“ “ … numa luminaçáo feérica e dramática…“
“ Dormisse num Palácio de Alvorada!
Niemeyer
“ “ … uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras…“
“ E que fosse como a imagem do Cruzeiro
No coraçáo da pátria derramada.Citaçáo de Lucio Costa“ „¦nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.“III / A CHEGADA DOS CANDANGOSTratava-se agora de construir: e construir um ritmo novo.Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Naçáo, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo.
E, à grande convocaçáo que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e máos de pedra, e que, no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, começaram a chegar de todos os lados da imensa pátria, sobretudo do Norte; forarn chegando do Grande Norte, do Meio Norte e do Nordeste, em sua simples e áspera doçura; foram chegando em grandes levas do Grande Leste, da Zona da Mata, do Centro-Oeste e do Grande Sul; foram chegando em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria…Dois locutores alternados“ Boa Viagem! Boca do Acre! Água Branca! Vargem Alta! Amargosa! Xique-Xique! Cruz das Almas! Areia Branca! Limoeiro! Afogados! Morenos! Angelim! Tamboril! Palmares! Taperoá! Triunfo! Aurora! Campanário! Águas Belas! Passagem Franca! Bom Conselho! Brumado! Pedra Azul! Diamantina! Capelinha! Capáo Bonito! Campinas! Canoinhas! Porto Belo! Passo Fundo!
Locutor no 1
“ Cruz Alta…
Locutor no 2
“ Que foram chegando de todos os lados da imensa pátria…
Locutor no 1
“ Para construir uma cidade branca e pura…
Locutor n 2
“ Uma cidade de homens felizes…IV / O TRABALHO E A CONSTRUÇÃO“ Foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invençáo. Foi necessário 1 milháo de metros cúbicos de concreto, e foram necessárias 100 mil toneladas de ferro redondo, e foram necessários milhares e milhares de sacos de cimento, e 500 mil metros cúbicos de areia, e 2 mil quilômetros de fios.
“ E 1 milháo de metros cúbicos de brita foi necessário, e quatrocentos quilômetros de laminados, e toneladas e toneladas de madeira foram necessárias. E 60 mil operários! Foram necessários 60 mil trabalhadores vindos de todos os cantos da imensa pátria, sobretudo do Norte! 60 mil candangos foram necessários para desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, soldar, empurrar, cimentar, aplainar, polir, erguer as brancas empenas…
“ Ah, as empenas brancas! –
“ Como penas brancas…
“ Ah, as grandes estruturas!
“ Táo leves, táo puras…
Como se tivessem sido depositadas de manso por máos de anjo na terra vermelho-pungente do planalto, em meio à música inflexível, à música lancinante, à música matemática do trabalho humano em progressáo …
O trabalho humano que anuncia que a sorte está lançada e a açáo é irreversível.CantocháoE ao crespúsculo, findo o labor do dia, as rudes máos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes que náo têm fim, partem os trabalhadores para o descanso, na saudade de seus lares táo distantes e de suas mulheres táo ausentes. O canto com que entristecem ainda mais o sol-das-almas a morrer nas antigas solidões parece chamar as companheiras que se deixaram ficar para trás, à espera de melhores dias; que se deixaram ficar na moldura de uma porta, onde devem permanecer ainda, as máos cheias de amor e os olhos cheios de horizontes que náo têm fim. Que se deixaram ficar muitas terras além, muitas serras além, na esperança de um dia, ao lado de seus homens, poderem participar também da vida da cidade nascendo em comunháo com as estrelas. Que viram, uma manhá, partir os companheiros em busca do trabalho com que lhes dar uma pequena felicidade que náo possuem, um pequeno nada com que poder sentir brilhar o futuro no olhar de seus filhos. Esse mesmo trabalho que agora, findo o labor do dia, encaminha os trabalhadores em bando para a grande e fundamental solidáo da noite que cai sobre o planalto¦“ Deste planalto central, desta solidáo que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhá do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantávele uma confiança sem limites no seu grande destino.“
(Brasília, 2 de outubro de 1956)
Presidente Juscelino Kubitschek de OliveiraV / CORALI II III
Coro Coro Coro
Masculino Masculino Misto
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
BRASIL! BRASIL! BRASIL!VITerra de sol
Terra de luz
Terra que guarda no céu
A brilhar o sinal de uma cruz
Terra de luz
Terra-esperança, promessa
De um mundo de paz e de amor
Terra de irmáos
Ó alma brasileira …
… Alma brasileira …
Terra-poesia de canções e de perdáo
Terra que um dia encontrou seu coraçáoBrasil! Brasil!
Ah… Ah… Ah…
B r a s í 1 i a!
Dlem! Dlem!
Ô … ô… ô… ô VITerra de sol
Terra de luz
Terra que guarda no céu
A brilhar o sinal de uma cruz
Terra de luz
Terra-esperança, promessa
De um mundo de paz e de amor
Terra de irmáos
Ó alma brasileira …
… Alma brasileira …
Terra-poesia de canções e de perdáo
Terra que um dia encontrou seu coraçáoBrasil! Brasil!
Ah… Ah… Ah…
B r a s í 1 i a!
Dlem! Dlem!
Ô … ô… ô… ôÂ

Brasilia-Sinfonie – wissenschaftliche Analyse: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-24042009-153532/

http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/13/brasilia-wird-am-21-april-50-aufwendige-reparatur-und-restauration-von-pfuschbauten-prasidentenpalast-und-kathedrale-werden-nicht-bis-zum-jubilaum-fertig-lula-amtiert-weiter-in-bank-kulturzentru/

http://www.quetzal-leipzig.de/lateinamerika/brasilien/brasilia-stadt-der-tat-die-geschichte-gebaert-stadte-brasilia-gestaltet-geschichte-19093.html

Niemeyer und das Blutbad von Brasilia

In bestimmten europäischen Medien, in Feuilletonredaktionen, Verlagen und PR-Agenturen herrscht seit Jahrzehnten panische Angst vor diesem Thema, jeder kleinste Hinweis wird unterdrückt. Indessen existieren die Fakten: Der vielfach preisgekrönte brasilianische Dokumentarfilmer Vladimir Carvalho hörte von einem Blutbad, gar einem Massaker an protestierenden Bauarbeitern Brasilias im Jahre 1959, und holte zahlreiche Zeitzeugen vor die Kamera. Für den – das erste Mal auf dem Brasilia-Filmfestival von 1990 gezeigten – Streifen erhielt er zahlreiche Auszeichnungen, sogar von der brasilianischen Bischofskonferenz CNBB und von der Kritikerassoziation São Paulos. In einem langen Exklusivinterview äußerte sich Carvalho zu den Vorgängen und Hintergründen bei der Errichtung Brasilias. Einer, der die Bauarbeiten beaufsichtigte, war Oscar Niemeyer. Es wird gern und häufig jene Heldensage, jener regelrechte Mythos um die Errichtung der brasilianischen Hauptstadt verbreitet, nach dem der große Architekt Niemeyer immer nahe bei seinen geliebten Arbeitern gewesen sei, im Staub der Savanne. Alle hätten an einem Strang gezogen und gemeinsam das gigantische Werk vollbracht, das schon bald darauf zum UNESCO-Weltkulturerbe erklärt wurde. Aber es existieren auch dem widersprechende Darstellungen, darunter Carvalhos Dokumentarfilm “Conterraneos Velhos de Guerra” und ein Exklusivinterview mit einem der Bauarbeiter. »Der Bauplatz von Brasilia war damals ein Wilder Westen«, sagt Carvalho, »alles mußte schnell gehen, die Fristen waren kurz. Entsprechend wurden die Arbeiter behandelt. Wie berichtet wird, gab es sogar verdorbenes Essen. Und während eines Karnevals verstieg sich die Bauleitung dazu, das Wasser im Bauarbeiterlager abzustellen, um zu verhindern, daß sich die Arbeiter waschen konnten, um danach in Nachbarstädten des Teilstaates Goias Karneval zu feiern. Eines Tages war das Essen wieder verdorben – das brachte das Faß zum Überlaufen. Die Arbeiter verloren die Geduld, warfen die Teller mit dem Essen aus dem Fenster, aus Protest. Da rief man die Bauplatzpolizei, die Guarda Especial de Brasilia, die sollte eingreifen. Die Arbeiter wehrten sich nach Kräften, schafften es sogar, die Bauplatzpolizei zurückzutreiben. Der Tag verging – doch nachts, als alle im Bauarbeitercamp schliefen, kam die Polizei erneut und feuerte mit Maschinenpistolen in das Lager. In Brasilien sagt man, das Volk übertreibe, aber erfinde nichts – O povo aumenta, mas nao inventa. Das Volk könnte also die Vorfälle übertrieben geschildert haben – es hat aber nichts erfunden, sondern ging von einem konkreten Fall aus. So könnte man die Zahl der Ermordeten zu hoch angegeben haben. Im Film sagt einer dreißig Tote, ein anderer sechzig, wieder ein anderer 120, einer sogar etwa fünfhundert. Ich habe im Dokumentarfilm Positionen von Personen aneinandergereiht, die damals dabei waren, oder die Vorfälle mitbekommen hatten. Ich kann nichts beweisen. Der Film ist lediglich ein Wort gegen alle, die heute behaupten, es habe kein Blutbad gegeben – und die in der Regel mit der damaligen Administration liiert waren und den damaligen Staatspräsidenten Juscelino Kubitschek loben. Es handelte sich damals um eine Repressalie gegen revoltierende Arbeiter. In Brasilia kann man noch heute Ältere, darunter Taxifahrer von damals, treffen, die davon berichten und deutlich sagen: Ja, es gab diese Toten! Nur eine einzige Zeitung, O Binomio aus Belo Horizonte, die in Opposition zur Kubitschek-Regierung stand, wagte über eine Revolte von Bauarbeitern zu berichten, die gewaltsam unterdrückt worden sei und daß es offenbar Tote gegeben habe. Wegen dieser Toten, wegen des ganzen Falles wurde übrigens Brasiliens erste Bauarbeitergewerkschaft gegründet. Es gab damals viele Unfälle. Viele Bauarbeiter fielen von den Gerüsten, Tote wurden rasch beseitigt, damit die Lebenden nicht die Lust verloren, und der Bau in hohem Tempo fortgesetzt werden konnte. Zeugen sagten: Die Bauarbeiter konnten nur wenige Stunden schlafen, sich nur wenig ausruhen, sie sollten den Bau ja beenden. Die Arbeiter waren schlichtweg fix und fertig, deshalb kam es zu diesen Unfällen. Weil man eben die Sicherheitsbestimmungen stark gelockerte hatte.« Vladimir Carvalho befragte für den Dokumentarfilm auch Oscar Niemeyer: »Ich ging zu ihm, weil ich dachte, er kenne die ganze Geschichte, könne alles bezeugen, könne bestätigen, was die anderen mir sagten. So wie eine einfache Wäscherin: Am Tage des Massakers wollte sie den Arbeitern die gewaschenen Sachen ins Lager bringen, doch man ließ sie nicht hinein. Sie hob die Sachen ein ganzes Jahr lang auf – und als sie erfuhr, was da im Lager passiert war, verschenkte sie die Sachen der Bauarbeiter an andere Leute. Doch Oscar Niemeyer verneinte, daß das Blutbad geschehen sei, er sagte: Davon weiß ich nichts, davon habe ich noch nie etwas gehört. Er war ein großer Freund von Juscelino Kubitschek. Auch über die Arbeitsunfälle wollte Niemeyer nicht reden. Und heute will gleich gar keiner von den Leuten oben über die Vorfälle sprechen. Niemeyer wird jetzt hundert Jahre alt, niemand will ihn verärgern. Für dessen Biographie ist der Fall nicht gut.« Carvalho befragte für den Film auch den Architekten Lucio Costa, der mit Niemeyer in Brasilia zusammenarbeitete. »Als ich Costa auf den Fall ansprach, sagte er mir: Was willst du denn, das war der Bau einer Stadt, kein Duett tanzender Kavaliere.« Laut Carvalho wurde zwar eine Untersuchung zu den Vorgängen gestartet, doch seien, wie es heiße, die Unterlagen verbrannt. Laut der Aussagen eines Zeitzeugens im Film wurden die ermordeten Bauarbeiter dort verscharrt, wo heute in Brasilia der Fernsehturm steht. Einige hätten noch gelebt, als die Planierraupe die Erde über sie schob. 1997 wurde in Brasilien das Buch “Conterraneos Velhos de Guerra” herausgegeben, das das gesamte Drehbuch sowie die Kritike rstimmen über den Dokumentarfilm enthält. Es steht allen zur Verfügung, die über Niemeyer und Brasilia schreiben sowie Ausstellungen und PR organisieren.

Brasilia-Bauarbeiter Wagner M. , 2007 bei Sao Paulo  auf das Blutbad angesprochen, erinnert sich im Website-Exklusivinterview sofort: „Ja, das ist damals tatsächlich passiert.”

Es heißt, bei Protesten, etwa gegen verdorbenes Essen, seien Hunderte von der Bauplatzpolizei erschossen worden? „Das gab es immer wieder, ich habe das gesehen, ich war Zeuge. Es war diese Bauplatzpolizei, die gemordet hat. Doch man konnte sie nicht anzeigen, alle hatten Angst vor ihr. Es gab Repression. Und wer gar etwas gesehen hatte und darüber offen redete –  solche Zeugen wurden liquidiert. So war das damals in Brasilia.”

ETH Zürich: http://www.gta.arch.ethz.ch/ausstellungen/oscar-niemeyer-hommage

http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/14/oscar-niemeyers-pfuschbauten-in-brasilia-viele-gebaude-und-monumente-in-schlechtem-zustand-oder-sogar-abgesperrt-laut-landesmedien-offenbar-sorge-um-aberkennung-des-unesco-weltkulturerbe-titels/

http://www.hart-brasilientexte.de/2010/03/28/die-alltaglichen-blutbader-in-brasilien-diktatur-eines-sozialen-dualismus-ohne-losung-der-sich-immer-mehr-verscharft-jose-de-souza-martins-philosoph-lynchen-lynchjustiz/

http://www.hart-brasilientexte.de/2010/04/14/atombombe-des-iran-kann-zur-verteidigung-dienen-brasiliens-vize-staatschef-jose-alencar-ausert-verstandnis-fur-iranische-atomwaffenplane-laut-brasilianischer-landespresse/

Dieser Beitrag wurde am Mittwoch, 14. April 2010 um 16:39 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

«  –  »

Keine Kommentare

Noch keine Kommentare

Die Kommentarfunktion ist zur Zeit leider deaktiviert.

    NEU: Fotoserie Gesichter Brasiliens

    Fotostrecken Wasserfälle Iguacu und Karneval 2008

    23' K23

interessante Links

Seiten

Ressorts

Suchen


RSS-Feeds

Verwaltung

 

© Klaus Hart – Powered by WordPress – Design: Vlad (aka Perun)