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Voltando à passagem de Barack Obama ao Brasil, sua visita ao mesmo tempo vela e revela que „o rei está nu”, de acordo com a conclusão de Hans Christian Andersen, em A nova roupa do rei. E não só ele, mas todos nós que, diante das notícias diárias e sensacionalistas dos meios de comunicação, recheadas de violência e sangue, tiritamos de medo dentro de nossos lares profusamente revestidos com os artefatos da última moda em conforto e segurança. A sociedade está nua! Tanto mais nua quanto mais carecida de vistosas vestes para proteger-se. O presidente dos Estados Unidos aparece como um símbolo dessa nudez simultaneamente oculta e exposta. O homem mais poderoso da terra é também o mais frágil. O mais necessitado de um exército de homens, olhos eletrônicos e armas que o façam caminhar sem risco. Sua força imperial corresponde a sua fraqueza de homem encarcerado na teia de aranha de um sistema de segurança tão fantástico quanto fóbico.
Nos subterrâneos dessa liberdade prisioneira, desse luxo empobrecido, desse poder débil escondem-se relações socioeconômicas e político-culturais injustas e assimétricas. Mais do que um homem e sua família, o que esse batalhão de policiais e seguranças procura defender é uma ordem mundial que se tornou insustentável. O modelo de senhor e vassalo, império e colônia, Primeiro e Terceiro Mundo, histórica e estruturalmente consolidado e nutrido, agoniza em seu próprio esplendor. Os fogos de artifício sobem e caem com a mesma rapidez. O show pirotécnico dura poucos segundos de luzes, cores e brilho; depois tudo se converte em cinza. As multidões que erguem estátuas são as mesmas que as derrubam com o vento de sua fúria indomada. O herói de hoje costuma ser o vilão de amanhã.
A presença de Obama entre nós ajuda a refletir que não é apenas Muammar Kadaffi que se encontra nu e frágil diante das ondas turbulentas e contraditórias da história. Poder e glória são tão efêmeros quanto a moda e o humor da multidão. A figura do jovial e simpática do presidente dos Estados Unidos, hoje revestido de belas palavras, honras e poder, simboliza um amanhã de silêncio, de indignação e de fragilidade. Enquanto as torrentes subterrâneas da desigualdade socioeconômica, em nível mundial, não forem resolvidas, a calmaria da superfície tende a ser enganosa. Terremotos e tsunamis imprevisíveis ocultam-se por trás da diplomacia elegante, charmosa e sorridente. O ditado popular de que „as aparências enganam” serve como nosso ponto final.
« Rassismus in Brasilien, Mauricio Pestana, Herausgeber von Brasiliens Schwarzen-Zeitschrift “Raca Brasil” 2010:”Es gibt keinerlei Zweifel, daß im `demokratischen` Brasilien von heute schwarze Bürger mehr Opfer von Folter, Mord und Verschwindenlassen sind als in irgendeiner autoritären Epoche unserer Geschichte.” Obama-Besuch in Brasilien. – Rio+20. Attentat auf brasilianischen Systemkritiker Ricardo Gama in Rio de Janeiro/Copacabana. Anwalt von zwei Kopfschüssen getroffen. „Blogger, der Politiker kritisiert, erleidet Attentat.“(O Globo) Wer ist der nächste? Brasilien auf Welt-Demokratie-Index zurückgefallen… »
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