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Jude Claudio Lottenberg(CONIB) antwortet Dominikaner Frei Betto(Carta aos Judeus).

Tive a oportunidade de ler a ˜Carta aos Judeus™, de autoria de meu amigo pessoal Frei Beto. Aliás, uma grande coincidência, pois durante estas férias de final de ano, levei comigo para leitura, seu livro ˜Cartas de Prisáo™, com o qual o próprio Frei Beto me presenteou neste Natal de 2008.

Beto, como carinhosamente o chamamos, neste livro, narra de forma muito detalhada cartas por ele escritas durante os quase quatro anos em que esteve preso pela ditadura militar. Trata-se de um documento histórico que mostra as duras passagens dos presos políticos neste período. Recomendo ou recomendaria.

E por que isto?

Porque, ao ler esta Carta, com sentimentos reais e com alguns pontos sobre os quais temos concordância, na qual Frei Beto diz que a situaçáo em Gaza envolve um exercito militarista, impiedoso e uma minoria absolutamente desprotegida, sem maldade, injustiçada, fico pensando na verdade que pode se esconder por detrás de sua belas cartas que me dei ao trabalho de ler neste final de ano. Pois, aqui, nesta Carta, Frei Beto esquece ou fecha os olhos para coisas elementares e de conhecimento geral e, em momento algum volta a um passado recente para buscar as razões deste conflito. Fico imaginando se nas ˜Cartas de Prisáo™, Frei Beto, com linguagem fácil e envolvente, também náo foi tendencioso e sem senso de justiça na interpretaçáo dos fatos. Parece que o assunto trata de algo isolado, da atividade de um povo que do nada investiu em uma estratégia de guerra. Parece náo existir um passado de provocações, de ataques a civis feitos por uma organizaçáo terrorista e que vinham acontecendo há meses, com mortes de uma série de civis na cidade de Sderot. Parece náo existir uma organizaçáo chamada Hamas, ligada ao Irá, que prega a destruiçáo do Estado de Israel, armada até os dentes com foguetes e morteiros. Beto ignora até mesmo resoluções náo respeitadas ainda na criaçáo do Estado de Israel. É, prezado Frei Beto, uma visáo pobre, limitada, e a meu ver, náo só mais poética, que patética.

Absurdo, como você qualifica em um dos trechos, a meu ver, é uma carta ou um testemunho que parte de um formador de opiniáo, e que náo se dá ao trabalho de resgatar um mínimo da história. Imagine Frei Beto, nós julgarmos a sua contribuiçáo à História de nosso País, pelos últimos acontecimentos que envolveram alguns de seus companheiros de Partido? Poderíamos começar a falar de sua militância desde a prisáo, referida em suas cartas originais mas poderíamos cortar uma boa parte da história e começar pelos eventos mais recentes de seu Partido, táo bem condenados pela mídia e pela sociedade de forma geral. Portanto, parte-se da onda que for mais conveniente.

O que desejo dizer é que um homem como Frei Beto, com esta estatura e de tanto respeito, náo pode se dar ao luxo de posições incompletas. Ele conhece o povo judeu e sabe do compromisso judaico com a solidariedade. Aliás, no Programa Fome Zero, que ele em parte coordenou, a comunidade que se mobilizou de imediato foi a comunidade judaica. Ela náo parou para discutir se o projeto era ou náo assistencialista. Ela abraçou o compromisso, pois, para ela, o sentido da solidariedade é valor intrínseco à sua formaçáo e independe de partidarismos. Depende, isso sim, da importância que guarda pelo maior valor, que segundo o judaísmo é a própria vida. E nessa linha, quando da Partilha da Palestina que criava dois Estados, náo foram os agora israelenses que deflagraram um ataque incessante que visava a destruiçáo de um destes Estados. Pelo contrário, os israelenses apóiam este caminho desde que, Beto, os inocentes e indefesos do Hamas aceitem a existência do Estado de Israel, o que até o presente momento náo aconteceu, parando com os atos de violência que praticam há anos.

Prefiro imaginar que as ˜Cartas de Prisáo™ sejam verdadeiras na essência. Prefiro imaginar que nesta Carta, Beto tenha sido levado pelo impulso e pela mesma tristeza que temos ao ver vidas humanas sacrificadas. Beto é um ícone. Náo posso deixá-lo sem uma oportunidade para um exercício de reflexáo mais amplo, no qual reconsidere o conflito de Gaza. Tenho certeza que ele terá a lucidez de buscar as referências adequadas.

Sou de boa fé. Continuo recomendando seu livro.

Claudio Lottenberg
Presidente da CONIB

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=36782
Dieser Beitrag wurde am Freitag, 16. Januar 2009 um 16:58 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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