O padre brasileiro Mario Geremia, coordenador da Pastoral do Migrante e da Igreja dos Latinos, diz que está cansado de rezar em velórios e enterros de imigrantes mortos por causa de brigas. “Já fiz alguns enterros de bolivianos. São grupos que marcam território, como outros grupos de intolerância. Pelo menos na missa todos ficam juntos, mas na rua, brigam. Este ano está difícil, muito violento. A Avenida Carlos de Campos e a Rua Coimbra são antros de problemas”, diz o padre.
A artesã peruana Kelly Valdivia Velasquez, de 27 anos, diz que as brigas na ruas de São Paulo são fruto de uma „guerra cultural entre os povos latinos“. “Um amigo de bolivianos falou que já foi esfaqueado por um paraguaio. Ele disse que é porque paraguaio costuma falar que boliviano é um povo inferior”, diz ela, que é católica e frequenta a Igreja Nossa Senhora da Paz, considerada a igreja dos latinos na cidade.